Projeto realizado entre Conexsus e Unicafes é destaque em jornal de grande circulação nacional
23 de março de 2022

O Plano de Resposta Socioambiental à Covid-19 - projeto realizado em parceria entre o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) e a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) - foi destaque no Valor Econômico, o mais importante veículo de economia, finanças e negócios do Brasil, nesta quarta-feira (23).

 

O mesmo ideal de cooperação e mobilização pela busca de novas alternativas para o fortalecimento da agricultura familiar e a conservação de ecossistemas naturais, é o que une desde 2018, a Unicafes e o Conexsus. Juntas, as duas entidades têm agido como instrumento de transformação socioambiental.

 

Em 2020, com a pandemia do Coronavírus, estreitou-se a relação entre as entidades com a criação do Plano de Resposta Socioambiental à Covid-19. O objetivo foi garantir reserva de capital para os pequenos produtores e extrativistas para que pudessem manter suas operações em funcionamento durante a crise, bem como, criar uma cultura de gestão econômica do negócio que oportunizasse a reestruturação produtiva e diversificação da estratégia comercial.

 

O presidente da Unicafes Nacional, Vanderley Ziger, salienta que o Conexsus é um grande parceiro das cooperativas associadas, tanto em projetos de crédito como em assessoramento técnico. “O trabalho que vem sendo realizado já deu frutos e continua sendo extremamente importante para o fortalecimento das cooperativas quanto ao acesso aos mais diversificados mercados e a sua comercialização”, ressalta.


Acompanhe abaixo, a matéria do Valor Econômico, na íntegra, ou acesse o site smiley

Quando começou, há dois anos, a pandemia criou apreensão no interior do país. Além de exigir das pessoas mais cuidados com a saúde, a crise sanitária também acentuou as dificuldades de associações e cooperativas de produtores rurais e extrativistas na manutenção de suas atividades produtivas, seja em aldeias indígenas no meio da floresta amazônica ou em assentamentos da reforma agrária no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

A falta de capital de giro, a restrição de acesso ao crédito e a queda nas vendas da produção rural colocaram em dúvida a sobrevivência dos pequenos negócios comunitários. Nesse quadro de dificuldades, ao menos 85 entidades continuaram de pé com apoio do Plano de Resposta Socioambiental à Covid- 19 da Conexsus. Ao todo, desde abril de 2020, o programa concedeu R$ 11,6 milhões em empréstimos via linhas de crédito emergencial a 18,8 mil produtores.

 

A Cooperativa Mista de Produtores Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), no sul do Amapá, sofreu um baque na produção de óleo de castanha-do-pará, que caiu de 20 toneladas em 2019 para apenas 8 toneladas em 2020. A coleta do fruto naquele ano coincidiu com o início da pandemia.

 

Com acesso aos recursos do Fundo Conexsus, a Comaru conseguiu se planejar melhor financeiramente em 2021, contratou mais catadores e evitou prejuízos. O resultado foi uma safra recorde de óleo da castanha, de 25 toneladas. O produto é enviado para a fabricante de cosméticos Natura. Segundo a cooperativa, o aporte permitiu aos cooperados — ribeirinhos que coletam as castanhas em uma reserva — a compra de equipamentos e mantimentos. Parte dos recursos foi usada no transporte até os castanhais, como a aquisição de canoas, motores e combustível. O dinheiro também custeou os alimentos, como arroz, feijão, macarrão, óleo, que os extrativistas levam para o acampamento, onde permanecem por até quatro meses.

 

O fundo alcançou cooperativas e associações de 19 Estados do país. Além do extrativismo, foram apoia- dos negócios com produção de hortifrutigranjeiros, leite, peixe e mel. Somente no bioma Amazônia, 29 negócios comunitários receberam mais de R$ 5,3 milhões em crédito. Produtores da Mata Atlântica (R$ 3,2 milhões), Cerrado (R$ 2 milhões), Caatinga (R$ 765,7 mil) e Pampa (R$ 305 mil) também foram atendidos.

 

Uma pesquisa realizada pela Conexsus em 2020 mostrou o quadro preocupante de falta de reserva de capital e dificuldades com a pandemia desses produtores. “Sabíamos que os pequenos negócios seriam os mais prejudicados, seja pelas medidas de controle necessárias, seja pela mudança no comportamento do consumidor, mas o resultado da pesquisa acendeu o nosso alerta vermelha”, disse Carina Pimenta, diretora-executiva da Conexsus.

 

A entidade não revelou quanto cada instituição recebeu, mas garantiu que todas tiveram condições facilitadas de juros baixos, estímulo à adimplência com bonificação e período de carência adequado. Os beneficiários também receberam assessoria para melhorar sua gestão administrativa e financeira e para conseguir acessar políticas públicas de crédito. O plano conta com a participação da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS) e do Fundo Vale. O Instituto GPA, Fundação Good Energies, Fundação Arymax e CLUA são doadores do fundo.

 

O financiamento emergencial também ajudou a produção de cacau da Cooperativa Alternativa Mista dos Pequenos Produtores do Alto Xingu (Camppax), no Pará. Os recursos chegaram de forma menos burocrática do que as linhas tradicionais das instituições financeiras. O dinheiro foi usado para pagar os cooperados com antecedência, já que o pagamento poderia demorar até 60 dias depois da entrega do cacau que é enviado para indústrias de São Paulo. Com o recurso em caixa, os produtores não precisaram buscar “atravessadores” no negócio.

 

A Cooperativa de Produção e Desenvolvimento do Povo Paiter- Suruí (Coopaiter), formada apenas por indígenas de 25 aldeias de Rondônia e Mato Grosso, recorreu à linha após a paralisação das suas vendas de castanha-do-pará, café orgânico e banana. O dinheiro ser- viu como capital de giro e deu fôlego para a retomada das atividades. A linha chegou também à Cooperativa dos Produtores Rurais do Assentamento Nova Aliança (Cooperana), de Mato Grosso, à Associação de Mulheres Agricultoras do Assenta- mento Monjolinho (Amam), de Mato Grosso do Sul, à Cooperativa Grande Sertão, de Minas Gerais, à Cooperativa dos Agricultores de Porto Vera Cruz (Coopovec), do Rio Grande do Sul, entre outras.

 

Matéria Valor Econômico: Rafael Walendorff
Texto: Informações da Unicafes Nacional
Foto: Divulgação

 
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